Juiz baleado diz que pretende processar o Estado‏

O juiz Marcelo Alexandrino, de 39 anos, baleado em uma blitz no dia 2 de outubro, afirmou hoje que pretende entrar com alguma medida judicial contra o Estado. Ele recebeu alta hoje do Hospital Pasteur, no Méier, onde estava internado desde que foi ferido na auto-estrada Grajaú-Jacarepaguá.

Marcelo foi atingido no dia 2 de outubro quando passava pela via acompanhado da família. Ao avistar uma blitz da polícia civil, ele pensou que fossem criminosos disfarçados e tentou retornar. Nisso, os agentes teriam disparado. Já os policiais alegam que atiraram contra um carro com bandidos que estava por perto.

O filho e a enteada do magistrado continuam internados numa clínica particular na zona sul – não foi revelado o nome – e não correm mais riscos de vida. Eles também foram baleados. O menino teve perfuração nos dois pulmões e a menina teve perfuração de bala no estômago, no fígado e também no pulmão.

A mulher do juiz, Sunny, disse que ainda está traumatizada com o ocorrido e que passa mal toda vez que vê um policial. “Eu tenho pavor de sair de casa agora. Quando vejo um policial me dá até sensação de desmaio”,

O juiz contou que o filho chorou na sexta-feira quando precisou ser transferido em uma ambulância do Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, para a clínica na zona sul. A criança tinha medo de sofrer um novo ataque. Foi preciso o juiz pedir para um amigo que também é policial ligar para o menino e garantir que um helicóptero iria escoltar a ambulância. “Ele me ligou chorando, eu tive que inventar uma história de que um amigo meu ia acompanhar eles de helicóptero até o outro hospital”, contou Marcelo.